quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

As moças da vida

Não sei falar sobre Deus, não o imagino como um velhinho de barba branca com túnica azul-clara. Mas eu sei que existe uma energia que move o mundo e essa energia me permite perceber coisas boas da vida, e essa percepção acolhe minha alma e faz de mim uma pessoa mais feliz e confortada.
Hoje eu fui ao dentista na Avenida Brasil na altura do número 1700, desci do ônibus, na Praça da Liberdade e resolvi passar por dentro pra cortar caminho e porque eu gosto das fontes de lá.
Passei por um canteiro de rosas vermelhas, que pareciam de veludo, tão vermelhas quanto o batom que a Madona usava quando fez um filme nos anos 80. Vermelho sangue, vermelho vida.
O canteiro estava repleto de rosas e eu fiquei maravilhada com a cor, com a beleza e perfeição. Parei, olhei, extasiei. Pronto. Deus existe. E Deus está dentro de mim, é parte de mim, quando eu consigo ver uma rosa e me sentir feliz e agradecida, sei que é a minha parte divina se manifestando.
Saí do dentista, atravessei a Avenida Brasil e entrei em uma padaria. Sentei no balcão e a moça do outro lado, sorriu pra mim, me deu um bom dia caloroso e disse: o que vai querer minha querida? Tem pão-de-queijo fresquinho, quer um? Ou você prefere um pastel que acabou de sair? Pode sentar, fique à vontade.
Calada por uns segundos, olhando pra ela com cara de elevador (aquela cara que fazemos dentro de um elevador cheio de estranhos). Fiquei boba, chocada, como diz uma amiga. Fiquei agradecida por ela existir, por ela sorrir pra mim, por ela me acolher. Fui servida e fiquei observando a moça enquanto comia, ela tratava todos que chegavam ao balcão de uma forma tão carinhosa que emocionei. O meu vizinho de banco foi chamado pelo nome, descobri que ele era freguês antigo e perguntei a ele se a moça-sorriso era sempre assim, ele disse que em muitos anos como freqüentador da padaria, somente um dia a viu cabisbaixa, foi quando a mãe dela faleceu. Meu pão-de-queijo estava delicioso e o café também, mas a comida é reflexo da atenção da moça com os clientes. Delícia é ser tratada com educação e respeito. Não sei o nome dela, não sei onde mora, e nem o que faz. Mas sei que assim como eu, ela tem problemas infinitos, mas quando ela acorda todas as manhãs, ela escolhe sorri pra vida e para os clientes. Ele fez o meu coração vibrar.
Outra moça que conheço que me faz feliz é caixa do Banco Itaú aqui do lado da Minas Print, Raja Gabaglia, altura do número 4000. Quando eu recebo meu salário, tenho opção de pedir pra alguém que está indo ao banco trocar o cheque, trocar o meu também, mas eu prefiro ver a moça, fico na fila esperando ser atendida por ela. Porque ela atende sorrindo, os olhos dela falam, e ela atende a todos com uma educação e amor, que dá vontade de ficar perto dela. Uma vez eu disse a ela que eu gostava de ser atendida por ela, só pra ter o prazer de vê-la sorrir (ela só fica sorrindo), e ela respondeu que a vida não tem sentido se deixarmos ser contaminados pelos problemas, ela me disse que tem problemas, mas eles são mais fáceis de resolver se ela está sorrindo.
Assim como a moça da padaria e a moça do Itaú, existem um monte de moças e moços nessa vida que são luz, e o mundo seria melhor se sorríssemos como eles.
Existem opções em nossas vidas, porque temos o direito de escolha. Abro os olhos todos os dias e posso traçar o meu destino. Sorrir ou chorar? Brigar ou Amar? Agradecer ou brigar? É uma escolha.

4 comentários:

Anônimo disse...

Gente, que lindo! Amei, Carol. Realmente a vida é uma escolha. Escolhemos o modo que vemos cada coisa/situação que passamos. Hoje eu busco escolher sempre o melhor lado. É aquela situação do gato que não comeu o passarinho pq ele havia sido cagado por uma vaca. Tudo na vida é assim, acho que ser feliz é aprender a viver. Não sei viver o tempo todo, mas a maioria das vezes venho buscando isso. Amanhã, por exemplo, quero passear. Tô de férias, quero passar a tarde numa cachoeira (aqui em Timóteo o calor tá insuportável). Decidi isso, decidi que quero sair, tomar cerveja de tarde, ligar pros meus amigos que estão trabalhando. O que é a vida senão gozar ela?
Amo vc, amada, pela sensibilidade que tem, pela percepção do que é bom e belo.
Beijo grande.

Carol Sales disse...

Tb te amo pra caralho e adoro seus clichês.
esse foi o melhor: "É aquela situação do gato que não comeu o passarinho pq ele havia sido cagado por uma vaca."
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Tira o cocô e manda o passarinho pra dentro, né não?
Tamo na pista é pra negócio.
Boa cachoeira pra vc, minha branca, curta a vida e a natureza, beba cerveja e lembra de mim. rsrs
Rever amigos é uma das melhores coisas da vida.
Te amo de novo.

Anônimo disse...

Ela é orelhuda mas é minha amigaaaaaaaa... kkkkkkkkkk
ô topeira! O negócio é o seguinte: falei do jeito de ver a vida.
O passarinho só se livrou de ser comido, pq uma fdp de uma vaca cagou ele. Ele ficou arrasado pq a vaca cagou ele, logo em seguida veio um gato pra traçar ele, e só não comeu pq ele tava sujo de bosta. rsrsrs
Bom, sou cheia de clichês mesmo, e adoro eles! Falo mineirês, sou jeca mas sou jóia. Eu me auto-me-amo-me a mim mesma demais da conta. O que seria da minha vida sem mim??? sei não...rs.

Gabi disse...

uai, gente! entrei nesse link, pelo seu blog, carol, e vi o mesmo texto do "lugar do outro", tomei um susto! vc escreve aqui tb!!! =) hehehehe li só o texto inicial lá de baixo pra entender o q vc e seu texto "As moças da vida" estavam fazendo aqui. Massa de mais!!! Nem me contou q tem 2 bróg, né muié!

vou passear por aqui tb =)

Depois eu volto pra ler tudo. bjus!